sábado, 28 de fevereiro de 2009

ÁTALO III FILOMÉTOR (138 – 133 a.C.)

Átalo III (imagem ao lado) era filho do Rei Eumenes II e Estratonice. Há a informação variante de Estratonice ser sua madrasta. Quando da morte de Eumenes II Sóter (159), este é sucedido por seu irmão Átalo II Filadelfo, porque Átalo III era demasiado jovem para assumir o trono. A sua madrasta Estratonice adota-o como seu filho, e ele recebe o epíteto de Filométor (Philometor, “aquele que ama sua mãe”). Em 153, Átalo III é designado como sucessor por seu tio. Em 152, foi enviado a Roma para ser apresentado ao Senado e confirmar as relações amistosas entre os Romanos e a monarquia de Pérgamo. Ele foi bem recebido pelo Senado e por amigos do seu pai. No seu retorno a Pérgamo todas as cidades gregas entretiveram-no honrosamente. A adoção é confirmada pelo Senado romano. Era casado com Berenice, possivelmente filha de Ptolomeu VI, faraó grego do Egito. Apesar do ar promissor, Átalo III (busto abaixo) desenvolve um comportamento peculiar: escreve livros sobre botânica, horticultura, e agricultura. Antes de ascender ao trono, perde sua mãe e esposa que falecem aparentemente de causas naturais. Assumiu o trono em 138, quando da morte de seu tio Átalo II Filadelfo. Seu reinado foi curto e infeliz. Segundo o historiador romano Justino ele poluiu o reino de Pérgamo. Acredita-se que ele tenha envenenado pessoas que tinha como responsáveis pelas mortes de sua mãe Estratonice e de sua esposa Berenice, as quais, até onde se sabe morreram de causas naturais. Tendo por enfadonhos os conselhos dos amigos de seu pai, o Rei Eumenes II, depois de os haver convidado ao palácio, os massacra pelas mãos de seus mercenários. As esposas e os filhos dos assassinados tiveram o mesmo destino. Homem cruel e de extravagante comportamento, parece provável que ele era perturbado mentalmente. Depois de matar muitos dos seus parentes e amigos por suspeitas sem motivo, ele abandonou toda a atenção dos assuntos públicos, negligenciou a sua aparência pessoal (diz-se que não mais tomava banho ou barbeava-se) e nunca mais se mostrou externamente, nem a seus súditos, nem a embaixadores. Cheio de remorsos, dedicou-se a escultura e a jardinagem (sobre a qual ele escreveu um livro). A planta Babaçu tem o nome científico Attalea Speciosa em sua homenagem visto ter cultivado plantas medicinais. Alguns autores clássicos (Plínio, Plutarco, Diodoro da Sicília, entre outros) utilizaram sua obra sobre agricultura a qual continha uma lista de plantas venenosas. Entretinha-se a modelar cera e numa peculiar jardinagem de plantas venenosas. Escreveu tratados sobre venenos enquanto testava a eficácia dos mesmos nos seus próximos a quem enviava ornamentos botânicos envenenados como presentes especiais.Abaixo, maquete da acrópole de Pérgamo no museu de Berlim, Alemanha.

Em 133 a.C., enquanto trabalhava sozinho em um monumento dedicado à sua mãe ( para quem também mandou construir um magnífico túmulo), ele contraiu uma desordem física devida a sua grande exposição ao calor do sol (insolação), morrendo no sétimo dia posteriormente sem herdeiros. Embora fosse jovem, Átalo III havia preparado um testamento. Nele ele deixou o reino para o povo de Roma na condição de que Pérgamo fosse mantida livre e autônoma. Tenta-se explicar a atitude de Átalo pela sua misantropia e também como, apesar de seu estado mental perturbado, reconhecimento do domínio de fato de Roma, num reino à época numa situação conturbada. Quando da morte de Átalo, havia agitação entre os escravos e crescia o descontentamento entre os pobres das cidades e a população camponesa. As autoridades supervenientes tomaram medidas para conterem possíveis rebeliões e manter a paz social. Talvez Átalo III, com o seu testamento, visasse o mesmo objetivo. Na realidade, o Reino de Pérgamo já algum tempo era um reino cliente da República romana.
Posteriormente haverá outros casos semelhantes em Estados helênicos: a entrega da Cirenaica a Roma, por testamento de Ptolemeu Ápion em 96 a.C; e a da Bitínia, também por testamento do seu monarca, Nicomedes IV, em 75 (ambas foram anexadas como províncias em 74).
A notícia do testamento de Átalo III chegou a Roma por meio do cidadão pergameno Eudemo. O tribuno romano Tibério Semprônio Graco, sem dinheiro para pôr a lei semprônia agrária em ação, viu a sua oportunidade na herança de Átalo (cuja fortuna pessoal era imensa) e quis utilizar os seus poderes tribunícios para destinar os fundos de Pérgamo para a execução da sua lei. Mas, o Senado embargau-lhe o intento.
Em 132, o Senado envia a Pérgamo uma comissão com o encargo de tomarem possessão da herança. É quando estoura uma rebelião liderada por Aristônico, filho bastardo de Eumenes II e irmão de Átalo III, que não se conforma com o testamento e vai reivindicar o trono de Pérgamo.
Fonte: http://classics.mit.edu/Plutarch/tiberius.html
http://www.ancientlibrary.com/smith-bio/0420.html
http://www.azpmedia.com/historia/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=60
http://www.forumromanum.org/literature/justin/english/trans36.html#4
http://pre-vestibular.arteblog.com.br/46/

2 comentários:

  1. Wagner Ferreira Macriani4 de janeiro de 2017 às 12:55

    Um trabalho de excelente qualidade historica.
    Continue!

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  2. Muito obrigado. Fico feliz por ter agradado. Deus te abençoe.

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