
Pouco se sabe sobre sua infância e juventude. Seu pai, Átalo, era filho de outro Átalo, irmão de Filetero, fundador da dinastia atálida, e irmão de Eumenes, pai de Eumenes I, predecessor de Átalo no trono. O Átalo pai do rei de Pérgamo é mencionado junto com seus irmãos como homem muito querido em Delfos na Grécia. Ganhou grande fama como condutor de carros e ao vencer em Olímpia foi recompensado com um monumento em sua honra em Pérgamo. A mãe de Átalo, Antióquis, pertencia a família real selêucida, sendo possivelmente neta de Seleuco I Nicátor. O matrimônio de Átalo e Antióquis foi organizado por Filetero com o objetivo de consolidar seu poder na Ásia Menor. Esta hipótese se baseia no fato de que Filetero designou ao pai do futuro monarca como seu herdeiro, ainda que fosse sucedido por Eumenes já que, quando da morte de Filetero, Átalo ( o pai de Átalo I Sóter) era muito jovem para governar.
Átalo se casou com uma mulher chamada Apolonis que procedia de Cízico. Tiveram quatro filhos: Eumenes, Átalo, Filetero e Ateneu (em memória do pai de Apolonis). As virtudes de Apolonis e amor que havia dentro da família de Átalo tornaram-se célebres. Abaixo a genealogia dos Atálidas.
O pai de Átalo Sóter morreu quando este era um menino e o jovem Átalo foi adotado por Eumenes I, a quem sucedeu, e tinha 28 anos quando começou a reinar em 241 a.C. E seu primeiro desafio foi enfrentar os temidos gálatas, povo celta que havia cruzado o Estreito do Bósforo e causava grande terror na Ásia com suas pilhagens. Desde os tempos de Filetero, este povo tinha sido um grande inconveniente para o Reino de Pérgamo. As tribos gálatas vinham ameaçado os povos na Ásia Menor obrigando-os a pagar um tributo de proteção. Eumenes I habituou-se em pagar o tributo a fim de proteger seu reino do ataque dos Gálatas. No entanto, quando da ascensão de Átalo ao trono este recusou-se a continuar esse costume, tornando-se o primeiro governante a ter a ousadia de fazê-lo. Em conseqüência, os gálatas atacaram Pérgamo. O exército de Pérgamo e as forças gálatas se enfrentaram nas imediações da nascente do rio Caico e Átalo saiu-se vitorioso. Uma inscrição situada na Acrópole de Pérgamo reza: “Rei Átalo tendo conquistado em batalha os Gálatas Tolistoagii próximo das fontes rio Caico oferece em agradecimento a Atena”. Devido a esta grande vitória, Átalo adota o epíteto grego de Sóter (salvador) e o título de basileus, rei. O significado dessa vitória foi tamanho que posteriormente se criou a lenda de uma profecia de que um filho do touro de Zeus derrotaria os gálatas e esse filho foi identificado com Átalo que teria feições bovinas. Na acrópole de Pérgamo foi erguida em comemoração da vitória um monumento triunfal que incluía uma famosa escultura chamada Gálata moribundo. Abaixo, representação do monumento original.

A escultura original desapareceu, mas perduraram cópias da mesma como a do Museu Capitolino em Roma (abaixo).


Em 218 a.C. Átalo contrata mercenários gálatas e recupera os territórios perdidos aproveitando a ausência de Aqueu que estava em campanha na Pisídia. Com ajuda dos gálatas conquista também algumas cidades gregas ao sudeste do Mar Negro.
Em 217, Aqueu retorna e luta para reaver seus domínios. Átalo, porém, se aliança com Antíoco III que em 216 invade os domínios de Aqueu derrotando-o em 214 a.C. Antíoco recupera as possessões selêucidas na Ásia Menor e Pérgamo fica restrito a suas possessões antigas ( mapa abaixo).

Durante a primavera do ano seguinte, em 209 a. C., Filipe marchou ao sul da Grécia. Sob o comando de Fírrias, colega strategos de Átalo, os aliados etólios perderam duas batalhas em Lamia. Átalo marchou para a Grécia em julho e se uniu em Egina ao procônsul romano Públio Sulpício Galba Máximo que estava acampado aí com seu exército. Durante o verão de 208 a. C. uma armada composta por 35 barcos de Pérgamo e 25 barcos romanos fracassaram em seu intento de tomar Lemnos, ainda que tiveram êxito na tomada da ilha de Escópelo.

Átalo e Sulpício participaram de uma reunião dos líderes antimacedônios em Heraclea de Traquínia na qual se manifestaram contra um acordo de paz com Filipe V. Quando voltaram as hostilidades (209), Átalo saqueou Oreu, na costa de Eubeia, e Opunte, a capital da comarca oriental da Lócrida.
Os despojos procedentes do saque de Oreu foram reservados para o procônsul Sulpício, que regressou a cidade enquanto Átalo permanecia saqueando a cidade de Opunte. Com as forças inimigas divididas, Filipe atacou a Átalo de surpresa, o qual apenas pôde escapar. Átalo foi então obrigado a regressar a Ásia, já que tinha recebido notícias de que Prúsias I, rei da Bitínia e aliado de Filipe V, mobilizava o seu exército contra Pérgamo. Pouco depois os romanos abandonaram a Grécia para enfrentar Aníbal. Em 206 a. C. a Liga Etólia aceitou a paz, apesar das duras condições impostas por Filipe V. Um tratado foi redigido na cidade de Fênice, o qual seria chamado de a Paz de Fênice (205 a.C.) e que termina formalmente a Primeira Guerra Macedônica (214 – 205 a.C.). A Paz de Fênice também acabou com a guerra entre a Bitínia e Pérgamo na Ásia Menor e vislumbrou que Átalo poderia manter sua posse da ilha de Egina. Abaixo o Reino de Pérgamo e Estados vizinhos em 200 a.C.
Apesar da Paz de Fênice ter frustrado os impulsos expansionistas de Filipe V, não os extinguiram. Os macedônios tomam a ilha de Samos e a frota egípcia que estava ali e assediam a ilha de Quíos.
Tais ações provocam Pérgamo e seus aliados: Rodes, Bizâncio e Cízico que vêem as pretensões expansionistas de Filipe voltarem-se para a Ásia. Uma grande batalha naval deu-se no estreito de Quíos onde os macedônios prevaleceram. Durante a batalha, Átalo foi isolado de sua frota e teve de fugir da perseguição insistente de Filipe, sendo obrigado a desembarcar de seus navios o tesouro real, a fim de que seus inimigos desviassem a sua atenção da perseguição para a pilhagem. Durante o ano 201 a. C., Filipe V começou a invasão de Pérgamo, e embora ela não fosse capaz de tomar a fortemente defendida cidade, graças às disposições tomadas por Átalo antes da chegada de Filipe, este ordenou a demolição de templos e santuários que estavam localizados fora do recinto fortificado. Apesar do cerco, Átalo e seus aliados de Rodes enviaram uma delegação a Roma a fim de denunciar as agressões de Filipe. Isso daria início a Segunda Guerra Macedônica (200 – 196 a.C.).

Na primavera de 198 a.C., Átalo junto com os rodianos toma a ilha de Eubeia (exceto Cálcis) e junto com os romanos toma Erétria e Caristo. Tentam infrutuosamente tomar Corinto, mas avançam vitoriosamente sobre as forças macedônicas.
Em 197 a.C., o novo cônsul romano Tito Quíncio Flaminino convoca Átalo para um conselho de líderes antimacedônicos em Tebas. Átalo foi o primeiro a falar no conselho e enquanto falava, caiu, com a metade do corpo paralisado (possivelmente apoplexia). Transportado para Pérgamo, Átalo morreu pouco depois após receber a notícia da decisiva vitória romana na Batalha de Cinocéfalos, que finalizou a Segunda Guerra Macedônica.
Tinha 72 anos quando de seu falecimento e foi sucedido por seu primogênito Eumenes.
Abaixo, sítio da Biblioteca de Pérgamo.

FONTES:
http://www.livius.org/as-at/attalus/attalus_i_soter.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Atalo_I
http://en.wikipedia.org/wiki/Attalus_I
http://ca.wikipedia.org/wiki/%C3%80tal_I_de_P%C3%A8rgam
http://www.ancientlibrary.com/smith-bio/0420.html
Parabéns por seu blog. Aprendi muito aqui. Estive recentemente em Pérgamo e adorei! Abçs, Luciane.
ResponderExcluirAgradeço e fico feliz em ter contribuído. espero ter essa oportunidade de conhecer pérgamo. Deus a abençoe ricamente.
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